terça-feira, 28 de setembro de 2010

Coisas da vida

Existem poucas pessoas que tem grandes feitos no seu passado e por isso viram histórias, entretanto existem milhares de outras que participam ou participaram ativamente de sua vida, mas não se transformaram em personagens públicas, mas quando você fecha o foco sobre sua vida, você percebe que para você, elas são ou foram muito mais importantes. Santos Dumont, por exemplo, muito importante para a humanidade, mas o Zé Mauro nosso piloto, que vive com meus filhos de cima pra baixo em um monomotor, muito mais importante para mim. Alberto Sabin, médico inventor da vacina, super importante para a humanidade, Jamal Wheba que cuidou dos meus filhos e agora dos meus netos e Antonio Carlos Lopes que cuida de toda minha família, muito mais importante para mim e por aí vai. A conclusão que eu chego é que você tem que procurar ser importante para alguém, e é melhor ser muito importante para poucos do que pouco importante para muitos. Pode parecer consolo de nego que passou a vida toda sem deixar nenhum legado para a humanidade, mas na realidade é o reconhecimento da muita importância que muitas pessoas "sem importância" tiveram em minha vida.

No final do mês de julho eu estava com toda a família, filhos e netos na fazenda Piratininga, como faço todo ano, quando recebi umas das notícias mais tristes desde a morte de papai: meu primo José Alberto tinha falecido. Aquele do "Vermelha ou Preta", do "Ta vendo", do "Morcego Xipófago". Fui ao seu velório e vi a quantidade de amigos e parentes que choravam a sua partida e deu para perceber que ele foi um cara muito importante para todos que conviveram com ele. Foi uma correria eu conseguir chegar para seu velório, estava na fazenda com avião, mas sem piloto. Eu recebi a noticia via e-mail pela filha de outro primo, o Dirceu. Já eram mais de 10 horas da noite. Entrei na internet, que é o único meio de comunicação que nós temos e só achei a Regina, nossa office girl, plugada. Pedi que ela entrasse em contato telefônico com o Zé Mauro, que estava em Campo Grande nos 60 anos de sua irmã e conseguisse um piloto para vir me pegar no primeiro horário do dia seguinte. De Campo Grande ele conseguiu. Do aeroporto fui direto para o velório e cheguei em cima da hora. Apesar de toda tristeza do momento, hoje fico contente de ter conseguido chegar a tempo de me despedir do Zé Macaca.

Ainda não tinha sido a missa do trigésimo dia de seu falecimento, quando vendo Mamãe meio tristonha e as vésperas de completar seus 89 anos, junto com minha irmã Maria Lucia resolvemos fazer uma festa de aniversário para ela. Ficamos um pouco preocupados pois ela era muito ligada ao Zé Alberto e poderia não querer a festa por causa do luto. Insistimos, pois nessa idade não se pode ficar adiando coisas por mais que dias e aniversário tem data certa, mas confesso que fiquei um pouco preocupado com a turma do Zé, preocupação esta desfeita da melhor forma possível. No dia da festa estavam todos, sem exceção, presentes. Vou confessar que fiz muito esforço para não chorar quando abracei a Maria Mercedes, sua esposa. Acho que foi a maior demonstração de carinho que Mamãe recebeu nesse dia. Em segundo lugar, Poconé que me perdoe por ficar com a medalha de prata, foi ele com a esposa que vieram de Montevidéu para assistir aos 89 anos dela. São pessoas que fazem parte das nossas vidas e são muito importantes para nós.

Obrigado a vocês dois, Maria Mercedes e Poconé, e as suas famílias.

Um comentário:

  1. rosa maria marinho correa de barros30 de setembro de 2010 às 15:07

    Quem indicou essas pessoas maravilhosas( Jamal, Antonio Carlos e não podemos esquecer do Guilherme Porto ) foi o meu marido lindo e mais maravilhoso ARNALDO. Bjos, Rosa

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